A gente procura a
notícia onde quer que ela
esteja escondida.
Município à míngua
Caso consiga a concordância do
Ministério da Saúde para a transferência
de gestão de tantas unidades,
o secretário Jorge Solla estará assinando
embaixo de uma verdadeira
‘quebradeira’ na assistência municipal
em Salvador. Isso porque, dos
R$ 685 milhões que o município
recebe do governo federal para a
assistência à saúde, R$ 599 milhões
são aplicados na gestão destas unidades.
Sobrariam então apenas R$
86 milhões para a Secretaria Municipal
da Saúde. Prefeitura terá menos verba para gerir postos já sucateados
Ex-municipalista?
Ao longo de sua carreira, o secretário estadual
da Saúde Jorge Solla sempre foi publicamente
municipalista e a favor do comando único, tendo até
publicado artigos para defender sua posição.
DARIO GUIMARÃES
Solla ganha em conferência
Jorge Solla conseguiu, na Conferência Municipal de Saúde,
em 13/7, aprovar em plenário a transferência da gestão para
a Sesab. O tema segue para debate na conferência estadual,
em setembro, e, se aprovado, vai para o Ministério da Saúde. Disputa na Saúde
Secretaria Estadual da Saúde quer gerir R$ 600 milhões dos hospitais, hoje nas mãos da Prefeitura
DE OLHO NA SIGNIFICATIVA
verba oriunda do governo
federal, o secretário estadual da
Saúde (Sesab), Jorge Solla
(PT), enviou um ofício em
maio ao ministro da Saúde,
Alexandre Padilha
(PT), com um
pedido especial:
que sejam transferidos
para a gestão
estadual todos os
hospitais públicos
estaduais e federais,
além dos filantrópicos
Santo Antônio,
Martagão
Gesteira e
Santa
Izabel. Na prática, isso significa
gerir R$ 599 milhões a mais – um
incremento de 19% no orçamento
do Estado. Atualmente, o SUS
em Salvador é gerido exclusivamente
pela Prefeitura.
Solla chegou a declarar que
ajudaria o secretário municipal
da Saúde (SMS), Gilberto José
(PDT), a sanar o déficit mensal
de R$ 6 milhões em hospitais e
postos da cidade. Agora, a Sesab
acredita cegamente que a transferência
na gestão dos recursos
é a melhor solução.
A mudança de postura
ocorreu após o município cobrar
do Estado a prestação de
contas dos recursos do SUS
repassados, que não é feita
há dois anos – o que pode justificar
o estrago nas contas
da prefeitura e a dívida com
as entidades filantrópicas. A
exigência é uma condicional
para a renovação do protocolo
de compromisso entre entes
públicos (PCEP), que regula
a transferência de recursos
federais para a Sesab através
da SMS. “Achei por
bem exigir a prestação
de contas. Dos R$ 235
milhões recebidos
por eles em 2010,
apenas R$ 182 milhões
foram justificados”,
denuncia
Gilberto José.
Se o pedido for
aprovado, o município
não fiscalizará mais a
verba federal e ficará
com apenas R$
329 milhões
para investir no setor – cerca de
65% a menos. Já o Estado, terá
plenos poderes para barganhas
e investimentos.
Texto Ana Carolina Araújo
anacarolina.araujo@jornaldametropole.com.br
Fotos Geraldo Melo
Jorge
Solla
Gilberto
José
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