quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Divergências internas no SINDSEPS - Sindicato dos Servidores da Prefeitura de Salvador expõem irregularidades financeiras que serão investigadas pelo Ministério Público...



Ao que se percebe a representação partiu de dentro dos quadros da atual gestão do SINDSEPS - Sindicato dos Servidores da Prefeitura de Salvador, seria impossível pessoas de fora terem acesso a estes tipos de informações relacionadas a gestão financeira da entidade sindical e de acordo com as informações do Correio da Bahia de hoje (24/01/13) o caso foi encaminhado ontem (23/01) para o Ministério Público para fins de investigação.

Nós já conhecemos este filme e por sinal é bom que tenhamos uma atenção especial com este caso do SINDSEPS, visto que as denúncias das irregularidades partem de dentro da entidade e isso descredencia qualquer tentativa fútil de minimizar a gravidade das denúncias sob o argumento de que há finalidades políticas com a presente representação destinada ao Ministério Público. 

Vejamos o porquê desta tese de finalidade política não se aplicar ao caso com esta breve retrospectiva histórica de três casos que ficaram nacionalmente conhecidos...

1) O Caso Collor (Operação Uruguai): Em maio de 1992 a ‘Operação Uruguai‘ foi como ficou conhecida um empréstimo de US$ 5 milhões com o qual Collor justificou gastos para reforma da Casa da Dinda, o ex-senador Luiz Estevão, que era amigo de Collor, foi um dos avalistas do empréstimo.

O uso de notas fiscais frias já provocou outros escândalos no país. A Operação Uruguai foi uma farsa montada por assessores e empresários aliados de Collor com a cooperação de doleiros de São Paulo e de Montevidéu para justificar depósitos pagamentos de suas despesas por Paulo César Farias — o tesoureiro da campanha — dos seus "aliados" fantasmas, os gastos pessoais foram considerados exorbitantes pela CPI do PC e estavam vinculados a um suposto empréstimo de US$ 5 milhões feito por uma empresa do Uruguai durante a campanha de 1989.

O financiamento teria sido feito pela Alfa Trading, segundo a versão apresentada à CPI pelo ex-secretário de Collor Cláudio Vieira na tentativa de negar que as contas do presidente eram abastecidas por contas fantasmas com recursos obtidos de forma ilegal.

Em uma última tentativa de escapar das denúncias, Collor teria reunido um conjunto de documentos que provariam a origem lícita de seus recursos financeiros. O secretário Cláudio Vieira alegou que as verbas vinculadas ao presidente foram obtidas por meio de um empréstimo contraído junto a doleiros uruguaios.

Dias depois a história foi desmentida pela secretária Sandra de Oliveira e o novo escândalo ficou conhecido como “Operação Uruguai”. Com fama de corrupto e mentiroso, Collor entrou em uma irreversível situação política. 

Dada a gravidade dos acontecimentos, em um último gesto, Collor reivindicou que a população brasileira saísse às ruas com o rosto pintado de verde e amarelo, em sinal de apoio ao seu governo. Em resposta, vários cidadãos, principalmente estudantes, passaram a sair nas ruas com os rostos pintados. Além do verde amarelo, utilizaram o preto em sinal de repúdio ao governo. Tal movimento ficou conhecido como “Caras Pintadas”. 

Logo depois, no Congresso Nacional, a Câmara de Deputados aprovou o pedido de impeachment do presidente Collor. Através dessa medida, o governo poderia ser deposto e automaticamente substituído pelo vice-presidente eleito, Itamar Franco. Em 22 de dezembro de 1992, em sessão no Senado, suspendeu-se o mandato presidencial e os direitos políticos de Fernando Collor de Mello foram cassados por oito anos.

Mas as investigações da CPI também constataram que o presidente da República e seus familiares tiveram despesas pessoais realmente pagas pelo dinheiro recolhido ilegalmente pelo esquema PC, que distribuía tais recursos por meio de uma intrincada rede de laranjas e de contas fantasmas.

Como exemplos materiais desse favorecimento foram citadas a reforma na Casa da Dinda (residência de Fernando Collor em Brasília) e a compra de um automóvel Fiat Elba — cujo recibo foi revelado pelo GLOBO. O relatório resultou na aprovação do pedido de impeachment de Collor, aprovado pela Câmara. Ele renunciou à Presidência da República antes da decisão final no Senado, que, mesmo assim, cassou-lhe os direitos políticos por oito anos.

Há um detalhe sutil nesta história: as denúncias foram iniciadas pelo irmão do ex-presidente da república, Pedro Collor, que elaborou um bombástico dossiê com minúncias do esquema fraudulento.

Em reportagem publicada pela revista Veja, edição de 13 de maio de 1992, Pedro Collor acusava o tesoureiro da campanha presidencial de seu irmão, o empresário Paulo César Farias, de articular um esquema de corrupção, de empréstimos ilegais, de tráfico de influência, loteamento de cargos públicos e cobrança de propina dentro do governo.

Como se viu um familiar iniciou as denúncias através de um dossiê e no fim deu no que deu, pois o fim desta história todos nós sabemos...


2) O escândalo do "Mensalão Petista" (2005) que foi apreciado em 2012 no julgamento do mérito da ação penal nº 470 e que dos 37 Réus denunciados pelo MPF - Ministério Público Federal - Procuradoria Geral da República 25 foram condenados pelo STF - Supremo Tribunal Federal, a Corte Máxima do Poder Judiciário brasileiro.

Volvendo ao 2º caso a trapalhada se iniciou por causa de uma intermitente briga pessoal entre o ex-deputado federal Roberto Jefferson e José Dirceu, o ex-ministro da Casa Civil do governo Lula (que nunca sabe de nada).

Apesar dos dois briguentos segundo a denúncia terem participado e se beneficiado do mesmo esquema nada impediu que o ex-deputado 
federal fizesse graves denúncias que trouxeram a tona os bastidores de um esquema que envolvia o alto escalão do governo federal.

O restante desta história nós também já sabemos, todavia novamente há um detalhe deveras sutil: quem denunciou também fazia parte do esquema de compra de apoio político de outros partidos pouco expressivos, vulgarmente conhecidos como "partidos nanicos".

A título de simplória retrospectiva fica este 2º exemplo, ademais nós também sabemos qual foi o resultado final deste imbróglio tupiniquim...



3) O caso do "Mensalão do DEM" no Governo do Distrito Federal (2010) o ex-delegado de polícia Durval Barbosa fazia parte do alto escalão do governo distrital na SSP-DF - Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal e através de filmagens trouxe a tona um escândalo de corrupção no coração da república e do planalto central que levou o ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda para a cadeia por ordem judicial do STJ - Superior Tribunal de Justiça, pois além de estar envolvido no esquema também tentou subornar uma testemunha de acusação.

Este caso mudou a configuração das eleições presidenciais de 2010 visto que José Roberto Arruda (ex-DEM) seria o virtual candidato a vice -presidente da república com o tucano José Serra (PSDB) a título de evidência vejamos este curto vídeo gravado em setembro de 2009 num evento em São Paulo.

http://www.youtube.com/watch?v=yDnYUZduqpQ

Diante do visível desgaste político Arruda foi substituido por Indio da Costa (DEM) cujos parentes posteriormente foram presos pela PF - Polícia Federal (D.R.C.F. - Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros) por irregularidades na gestão do Banco Cruzeiro do Sul em uma outra operação por causa da gestão fraudulenta no referido banco  e que gerou um rombo estimado em R$ 3,1 bilhões de reais (um dos presos ainda está em prisão domiciliar por conta da idade).

Todavia, pela terceira vez a história se repete, pois quem denunciou também se beneficiava do mesmo esquema.

São 3 casos reais em que as denúncias partiram de dentro dos bastidores e de pessoas que também se beneficiaram dos esquemas, não se sabe se os denunciantes do caso do SINDSEPS também se beneficiaram destas irregularidades, só o tempo e as investigações do Ministério Público poderão afirmar se isso ocorreu ou não.

Agora caberá ao Ministério Público, a polícia e a justiça adotarem as providências cabíveis, mas diante da credibilidade dos meios de comunicação que divulgam a lamentável notícia de uma coisa pode-se ter certeza: pelo teor do que tem sido noticiado pela imprensa desde hoje (24/01/2013) no Correio da Bahia, pelo site Bahia Notícias e pelo site Bocão News as denúncias vieram de dentro dos bastidores da entidade sindical, até por que seria impossível pessoas de fora terem acesso a estas informações, sobretudo no que tange ao desvio de recursos financeiros do sindicato.

Percebe-se que há dirigentes sindicais que interpretaram equivocadamente o veto do ex-presidente Lula ao artigo 6º da Lei Federal nº 11.648/2008 (que deveria obrigar as Centrais Sindicais a prestar contas ao TCU - Tribunal de Contas da União) e imaginam que podem fazer o que quer com o dinheiro arrecadado nos sindicatos.

Não custa lembrar que nestas últimas eleições municipais ocorridas em 2012 dois (2) diretores do SINDSEPS se candidataram a vereador, sendo um pelo PC do B - Partido Comunista do Brasil e o outro pelo PP - Partido Progressista, por sinal o mesmo partido do ex-prefeito de Salvador João Henrique de Barradas Carneiro. 

E ainda, uma gestora da Secretaria Municipal da Saúde fez doação financeira a campanha eleitoral de um deles, realmente as coisas estão muito estranhas naquele sindicato.

Para saber quem foi a gestora da SMS - Secretaria Municipal da Saúde que fez a doação a campanha eleitoral do sindicalista e quem foi o candidato beneficiado (que por sinal faz parte da diretoria do SINDSEPS) acessem o SPCE - 2012 - Sistema de Prestação de Contas Eleitorais referente as eleições de 2012 acessando este link do TSE -  Tribunal Superior Eleitoral:


http://inter01.tse.jus.br/spceweb.consulta.receitasdespesas2012/abrirTelaReceitasCandidato.action


Um dirigente sindical do mesmo partido do ex-prefeito de Salvador e uma gestora da Secretaria Municipal de Saúde fazendo contribuição financeira para a candidatura eleitoral de um sindicalista do SINDSEPS. 

Numa simples e elementar paródia a estrofe de uma das músicas do cantor baiano Magary Lord, torna-se imperativo constatar:

"Que estranho, hein?"


E vocês, o que acham disso?

Evidentemente que para evitar a reedição do Caso Colombiano (julho/2010) onde o tesoureiro do Sindicato dos Rodoviários Paulo Colombiano e a sua esposa Catarina Galindo foram assassinados e não tiveram tempo suficiente para denunciar as irregularidades que envolviam o convênio entre o Sindicato dos Rodoviários e o plano de saúde MASTERMED, neste caso concreto quem fez a denúncia no Ministério Público solicitando investigação no SINDSEPS agiu com inteligência e de imediato acionou a imprensa a fim de se precaver de possíveis retaliações a sua integridade física e a sua própria vida.

Vamos criar uma rede de proteção social a quem fez a denúncia das irregularidades do SINDSEPS ao Ministério Público, por gentileza divulguem este post. 

Cordialmente,

Antoniel Ferreira Junior 
Salvador, capital do Estado da Bahia.
24 de janeiro de 2013. 

Segue o link do site Bocão News disponibilizado a poucas horas:

http://www.bocaonews.com.br/noticias/politica/politica/52448,sindseps-pode-estar-sendo-investigado-pelo-ministerio-publico.html

Sindseps pode estar sendo investigado pelo Ministério Público


Por: Terena Cardoso (Twitter: @terena_cardoso) - 24 de Janeiro de 2013 - 12h21
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 Everaldo Braga foi candidato a vereador em 2012

O Sindicato dos Servidores Públicos da Prefeitura de Salvador (Sindseps) está sendo investigado pelo Ministério Público Estadual (MPE/BA), segundo a coluna Satélite, do jornal Correio. A acusação é de que a entidade sindical teria dado um rombo de “centenas de milhões de reais” e fez uso de caixa para apoio a candidaturas políticas.

No entanto, em contato com o Bocão News, Everaldo Braga, coordenador de administração e finanças do Sindseps, desconhece a informação. “Não estou sabendo disso. Inclusive, o Sindseps nem arrecada esse valor”, disse, sem entrar em detalhes sobre a arrecadação do sindicato. Everaldo, que foi candidato a vereador nas Eleições 2012 pelo PCdoB, não quis revelar se outros colegas da entidade chegaram a se candidatar. “Eu fui candidato e uma infinidade de pessoas também. Mas, estou dizendo, mais uma vez, que desconheço essa denúncia”, finalizou.

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